segunda-feira, 29 de junho de 2015

Curso de Produção de Florestas de Mogno Africano

Gostaria de iniciar essa publicação agradecendo aos contatos que vocês leitores tem feito comigo para buscar mais informações a respeito da cultura de Mogno Africano.
Fico muito feliz com os elogios tecido e sobretudo com o interesse que venho conseguindo despertar a cerca da cultura.
Algumas pessoas fizeram contato e gostariam de informações mais profunda sobre a produção de mudas, implantação da floresta, manejo, nutrição e mercado.
Pensando nesse público, produzi um material didático bem completo que acredito eu que é suficiente para retratar todo o meu conhecimento acumulado durante o longo tempo em que venho manejando a cultura da Khaya ivorensis.
Estou disponibilizando um curso sobre o cultivo do Mogno Africano onde esse material será apresentado e discutido durante 3 dias. Nesse período serão realizados dois dias de campo, o primeiro dias será no viveiro onde serão esplandas todas as técnicas de produção de mudas clonadas e seminais. O segundo dia será em uma floresta de 3,5 anos e de 6 meses onde será visto o desenvolvimento da floresta, o manejo adotado, a fertilização, controle de pragas etc.
O dia de didática será realizado utilizando narrativas de minhas experiências e muitos exemplos de casos reais e muitas fotos. Serão abordados temas como mercado e projeções para o futuro das florestas de Mogno Africano no Brasil.
As turmas terão no máximo 4 alunos para garantir do curso.

Os interessados devem fazer contato por telefone ou email:

Fone: (65) 9611-7899
Email: claudimar@mognobioinvest.com.br

Grande abraço a todos.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

O Mogno Africano (Khaya ivorensis) no Brasil

    O mogno africano apresenta-se com grande potencial de negócio para o estado de Mato Grosso, pois apresenta boa adaptação ao clima e os nossos latossolos possuem estrutura física ideal para a implantação de florestas.
    A espécie mais cultivada no estado é a Khaya ivorensis. Espécie essa que vem apresentado números expressivos de Incremento Médio Anual (IMA).
Atualmente o estado dispõe de mudas clonadas através de macro estaquia e a empresa de Mogno Africano Investimentos Florestais Ltda. desenvolve atualmente um programa de melhoramento florestal onde a clonagem e reprodução de cepas a partir de árvores adultas notórias dos seus plantios já foram realizadas e está em fase de implantação de jardins clonais para a produção de mudas de maior potencial produtivo.
      O cultivo da espécie no estado sofreu grande incremento a partir de 2007, através da iniciativa de empresários do estado que viram na espécie grande potencial produtivo.
      Em 2006 a área plantada estimada no estado era de aproximadamente 500 hectareses. Atualmente a área plantada estimada é de 3.000 hectares.
      A produtividade dessas florestas é estimada em aproximadamente 1,2 milhões de metros cúbicos de madeira em tora. A periodicidade de fornecimento é variado devido a variação de espaçamentos dos projetos, que vai desde 4X4 até 8X8. A comercialização da madeira está sendo realizada no mercado futuro a preços variando entre $ 700,00 a $ 2.000,00.
Alem das áreas de Mato Grosso, tenho conhecimento de aproximadamente 3500 hectares que estão plantados nos estados de Santa Catarina, Mato Grosso do Sul,São Paulo,Goiás, Pará e Amazonas. Porem estimamo que essa área seja 4 ou 5 vezes maior do que as que tenho conhecimento.
     O Mogno Africano (Khaya ivorensis A. Chev.) pertencente à família das Meliaceae. É uma espécie que ocorre naturalmente em regiões tropicais úmidas de baixa altitude da África Ocidental (Figura 1), nos países Costa do Marfim, Gana, Togo, Benim, Nigéria, Camarões, Guiné Equatorial e Gabão (Lamprechet, 1990).


Figura 1 – Distribuição natural do mogno africano (Khaya ivorensis) no continente africano e correspondência de latitude para o Brasil
Fonte: SOUSA CLAUDIMAR, 2010.

      A madeira possui alburno de coloração marrom-amarelado e cerne marrom-avermelhado, sendo uma madeira de alta durabilidade e fácil trabalhabilidade e secagem (Lamprecht, 1990). É usada principalmente para a construção naval e de móveis de interior (Dupuy e Koua, 1993, citados por Carneiro, J. G, 199)
    A espécie é imune à leptobroca Hypsipyla grandella, praga que limita o cultivo do mogno brasileiro (Swietenia macrophyla) no Brasil.
Embora sejam espécies distintas, a madeira da Khaya ivorensis é universalmente relacionada anatomicamente à madeira da Swietenia macrophyla. Assim sendo, a Khaya ivorensis é aceita em todo o mundo como mogno (Armstrong et al., 2007, citado por Carneiro, J. G, 1995).
      Em monoculturas na Costa do Marfim o mogno africano atinge cerca de 15 metros, aos 25 anos de idade, e um diâmetro de 50 centímetros (DUPUY e KOUA, 1993). Em inventários realizados em plantios de 7 anos no Mato Grosso indicou uma altura de 15 metros e 25 cm de diâmetro. Esses índices indicam a grande adaptação e até preferência da espécie pelo estado.


quarta-feira, 6 de maio de 2015

Sintomas de Toxidez em Khaya Ivorensis



Por se tratar de uma cultura nova que poucos têm domínio ainda, surgem com freqüência especulações de aparecimento de pragas e doenças. Qualquer tipo de anomalia morfológica á atribuída a fungo e insetos. Porem na maioria das vezes trata-se de manejo inadequado, seja de inseticidas, fungicidas, herbicidas ou mesmo fertilizantes. Além de deficiências nutricionais e toxidez por alumínio. A três confusões mais comuns e que geralmente geram pânico são as seguintes.

                Olhando a foto a seguir algumas pessoas podem afirmar que a planta foi assolada por uma grave doença que está causando sua morte, mais na verdade a planta está intoxicada por excesso de fertilizante. É possível observar que as folhas começam a secar de fora para dentro a acabam sendo abortadas.


                Aqui a primeira vista, o sintoma é de uma virose. Mas na verdade é sintoma de intoxicação por glifosato. Herbicida que causa danos especialmente ao meristema apical e causa deformações nos folíolos, causando alongamento e estreitamento.




                Na foto a seguir estamos vendo uma séria deficiência de magnésio se manifestando. Não se trata de nenhuma doença das folhas do baixio não.


Produtividade e Lucratividade do Mogno Africano (Khaya ivorensis)


Diferenciar o que é verdade ou propaganda sobre a produtividade e Lucratividade do Mogno Africano (Khaya ivorensis) é muito difícil e gera muito tumulto entre aos produtores no Brasil. É fato porem que a cultura é notoriamente produtiva e rentável dada suas características silviculturais e qualidade da madeira.
A produtividade da Khaya ivorensis no Brasil pode facilmente ser contestada entre os produtores devido a falta de estudos abrangentes a respeito do assunto e de técnicas silviculturais unificadas (Cada produtor maneja sua floresta de um jeito). Atualmente o a espécie ainda não tem um programa de melhoramento florestal oficial que permite comparar o desenvolvimento de uma tal linhagem genética em diferentes regiões do país. A outra vertente que impossibilita a criação desses índices genéricos é a falta de estudos a cerca das exigências nutricionais da espécie.
Quando se tiver uma linhagem e uma condição nutricional ótima definida será possível estimar a produtividade média das florestas dessa espécie em cada região do país.
Atualmente as estimativas de produtividade são em grande parte especulativas e se quer usam técnicas de inventáriamento florestal. Boa parte das projeções de rendimento tem como referência medições de árvores que cresceram isoladamente ou em comunidade sem tratos culturais, ou pior, são feitas a partir de dados biométricos de indivíduos de excelente desenvolvimento.
Como relato em todos os meu artigos do meu blog, gostaria de lembrar que meus textos são fruto de minhas experiências e observações e que são publicados com intenção de subsidiar futuros investidores em florestas de Mogno Africano, bem como compartilhar essas experiências com os colegas de profissão.
Sendo assim, vou relatar alguns números de produtividade das florestas que tenho o prazer de fazer parte da equipe que as maneja.
Em uma floresta de 150 hectare implantada na região amazônica de baixa latitude (Amazônia seca), foi registrado o incremento médio anual em diâmetro de 3,7 cm aos 6 anos com espaçamento de  7 X 7. A altura comercial média registrada foi de 9,7 metros, sendo que foram registradas árvores com 18 metros de fuste comercial. A mortalidade foi de 5%.
Sendo assim o volume aproximado dessa floresta é de 43,7 m3 de madeira em tora por hectare. Considerando aproveitamento de 55% o volume em madeira serrada por hectare é de aproximadamente 24,035 m3 de madeira serrada.
Considerando o valor do m3 de madeira serrada em R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), cada hectare possui em madeira R$ 60.087,50 (sessenta mil e oitenta e sete reais e cinqüenta centavos). O custo de implantação e manutenção já capitalizados são de aproximadamente R$ 17.453,75 (dezessete mil quatrocentos e cinqüenta e três reais e setenta e cinco centavos). O arrendamento da terra na região em valores atuais é 8 sacas de soja por hectare, o que atualmente dá um valor anual de aproximadamente R$ 480,00 (quatrocentos e oitenta reais) por hectare ano como a área tem seis anos de plantio o valor da terra se arrendada é de R$ 2.880,00 (dois mil oitocentos e oitenta reais) por hectare. Somando-se esse valor aos custos de implantação e manutenção temos R$ 20,333,75.
Agora subtraindo o valor gasto dos custos temos R$ 39.753,75. Desse valor resta subtrair os custos de exploração, serragem, transportes, comercialização e impostos. Não me sinto a vontade para especular esses custos pois vai variar muito de acordos com cada região e projeto. Além do mais os impostos também variam de acordo com o estado da federação. Essa é a situação atual do projeto.
Agora voltando ao projeto, às expectativas baseadas nos dados de inventário, é que o projeto tem duração de 20 anos, sendo previsto um desbaste aos 15 anos.
Serão mantidas 100 árvores por hectare após o desbaste. Se a taxa de crescimento se mantiver teremos aos 15 anos o volume de aproximadamente 59 m3 de madeira serrada por hectare, valendo aproximadamente R$ 146.575,86. No corte final o volume deve ser de aproximadamente 160,4 m3 de madeira serrada valendo aproximadamente R$ 400.921,22. Totalizando um faturamento bruto em madeira serrada por hectare de aproximadamente R$ 547.497,08. Os custos de manutenção estão estimados em mais R$ 25.200,00 por hectare, o que somados com os custos já executados dá um total de R$ 42.653,70 mais o custo do arrendamento da terra por 20 anos que é de aproximadamente R$ 9.600,00. Temos por fim o custo de R$ 52.253,70.
Subtraindo esse valor do faturamento bruto em madeira serrada temos R$ 495.243,38 dos quais temos que subtrair os custos de exploração, serragem, transportes, comercialização e impostos.
Vale lembrar que esse o narrado aqui é um estudo de caso com condições específicas de clima, espaçamento, tratos silviculturais etc.
Outros produtores devem ter volumes de produção diferentes pois devem podem plantar em outros espaçamentos, em outros regimes de chuva e condições de solo diferentes.


Acredito que o exposto aqui possa ajudar aos meus leitores a tomarem decisões e por si diferenciar realidade e publicidade. A foto a seguir ilustra a situação atual da floresta.



Clique para ampliar. 


quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Nutrição do Mogno Africano

A nutrição do Mogno Africano (Khaya ivorensis) é a referência mínima necessária para garantir eficiência na utilização de fertilizantes e, sobretudo garantir bom desempenho da floresta.
Este assunto ainda é pouco explorado porque a espécie não é muito estudada e sobretudo devido a super adubação que vem sendo realizada nos plantios. Os técnicos que prestam assistência nesses plantios, nem sempre dispões de tempo, estrutura ou conhecimento necessário para criar suas tabelas de exigência nutricionais.
Sabendo da importância desse conhecimento, realizei meus próprios estudos a fim de desenvolver para o meu dia a dia as referências que preciso para realizar analise de estado nutricional e receituário para fertilização de florestas implantadas e a serem implantada.
Os estudos foram iniciados pela realização de análise foliar das plantas de todas as florestas que eu tinha acesso.
As analises foliar tiveram objetivo de conhecer a concentração ótima dos nutrientes dentro das plantas. O padrão para a coleta das folhas foi estabelecido da seguinte forma:
O quarto par de folíolos da terceira folha madura considerando sentido descendente. O folíolos não podiam ter sinais de ataque de fungos ou de insetos.
Para cada 10 hectares foi coletada uma amostra de uma planta que tinham desenvolvimento ótimo. Juntando todas as amostras formou-se então uma amostra composta que foi enviada para laboratório e gerou um resultado da floresta.
A análise dos dados resultou em uma tabela de concentração de nutrientes na planta:



Esta tabela possibilitou por exemplo: realizar analise foliar em um plantio e verificar se o fornecimento de nutrientes pelo solo está normal. Com essa análise tornou-se possível inferir de modo rápido e seguro se o mau desenvolvimento de uma floresta em questão tem relação com o estado nutricional, ou se é causado por outro agente tal como uma pragas ou condições climáticas. É possível também verificar qual nutriente ou quais nutrientes estão em falta, e assim realizar a fertilização apenas destes e não de todos. Fato esse que normalmente ocorre quando não se sabe o que está faltando para a planta. Essa prática gera desperdício de recursos investidos em fertilizante e também aumenta o desequilíbrio para as plantas causando ainda mais distúrbios metabólicos.
Nem sempre o que tem na planta é um reflexo do que tem no solo, por isso não significa que colocar um nutriente que está em falta no solo significa que a planta irá absorve-lo, pois todo nutriente tem uma dinâmica no solo que vais desde a lixiviação, concorrência por sítio de absorção e fixação nos colóides do solo. Portando as analises foliares sozinhas não são base para definição de necessidade de adubação. Essas reações que ocorrem no solo não são sistemáticas, isso é cada solo tem sua características que dependem da textura do solo, acidez, histórico de correção e fertilização. Por isso é muito importante o auxilio de um profissional capacitado para definição do manejo adequado.
A produção de uma tabela de concentração de nutrientes adequada no solo para garantir o bom desenvolvimento de uma floresta de Mogno Africano não é recomendado, pois a fertilização seria hipotética para toda a área o que tornaria o custo muito alto. Além disso existem as particularidades de cada solo.
Sendo assim o que é recomendável para a maioria dos solos brasileiros, que são solos pobres e ácidos e com excelente estrutura física é realizar uma boa correção de solo. A correção de solo facilitará a absorção dos nutrientes fornecidos pela adubação química e irá eliminar elementos tóxicos tais como o Ferro e Alumínio.
Os cálculos para aplicação de calcário devem levar em consideração a saturação de base de 70% e a eliminação do alumínio na solução do solo. Se as recomendações forem realizada nesse sentido e se as recomendações forem bem executadas, o desempenho da floresta será facilitado e resultará em economias futuras em fertilizante e corretivos.
A concentração ideal de cada nutriente dependerá então das características de cada solo. As referencias a serem utilizadas são as contidas na literatura que levam em consideração as características de textura do solo.



Principais cuidados de plantio

Assim como as outras culturas florestais o Mogno Africano tem usa faze crítica de implantação da floresta no pegamento das mudas. A boa execução desta etapa irá influenciar significativamente em todo o ciclo da floresta que varia entre 15 e 25 anos, portanto é importante muito capricho nessa etapa.
                Um dos principais problemas que acontecem durante a implantação é o sub dimensionamento da estrutura de maquinas equipamentos e mão de obra necessária para a execução do projeto.
Não é possível definir exatamente a quantidade e tipos de equipamentos necessários para a implantação de uma floresta de Mogno Africano, pois cada local possui particularidades.
                Será narrado de agora em diante os principais cuidados que se deve ter para garantir um bom pegamento das mudas em campo.

·         Sem duvida a primeira providencia é a capacitação da equipe de plantio, pois simplesmente colocar um grupo de homens no campo sem informações claras das atividades e cuidados a serem executados normalmente resulta em baixa produtividade e má execução dos serviços por isso é importante aplicação de um treinamento para todos os membros da equipe;
·         A figura de um engenheiro florestal para aplicação do treinamento, fiscalização e adequação dos trabalhos é indispensável;
·         O controle de formigas e cupins deve ser iniciado 60 dias antes do plantio e devem ser intensivos a fim de garantir eliminação de todos os ninhos;
·         As mudas devem obedecer aos critérios de qualidade que foram citados na postagem sobre qualidade de mudas;
·         A correção de solo deve ser realizada em área total se o valor de pH do solo for menor que 5,8. E deve ser realizada no mínimo 60 dias antes do plantio no período de chuva;
·         A subsolagem quando identificado necessidade deve ser realizada a 60 centímetros de profundidade;
·         Se houver forte presença de alumino no solo a gessagem deve ser realizada em área total pelo menos 30 dias ante da implantação da floresta;
·         A adubação fosfatada deve ser aplicada no fundo da cova conforme cálculo de necessidade de adubação que deve ser baseado em analise de solo;
·         As mudas devem ser manejadas com cuidado para evitar quebra dos torrões e danos na parte aérea;
·         Após o plantio a muda deve ser imediatamente irrigada com no mínimo 8 litros de água, isso independentemente das condições meteorológicas;
·         Para aumentar a eficiência da irrigação é recomendado que seja feito uma bacia de contenção envolta da muda pra acumular água. Essa estrutura irá ajudar no acumulo de água da chuva e também de nutrientes das adubações de cobertura;
·         As mudas devem ser irrigadas novamente após três dias de plantio com a mesma quantidade de água. Essa irrigação pode ser dispensada se ocorrer uma chuva nesse intervalo ou se o solo for muito argiloso (avaliação a ser realizada pelo engenheiro florestal);
·         A primeira adubação de cobertura a ser aplicada deve ser a adubação potássica, que deve ser aplicada a lanço em forma de circulo na projeção da copa da muda e deve ser realizada após 10 dias do plantio;
·         A segunda adubação deve ser a nitrogenada após 30 dias de plantio. Essa adubação deve ser realizada através de fértil irrigação ou enterrada aproximadamente 15 cm da muda em dois pontos;
·         Todas as doses de adubo devem ser calculadas por um engenheiro florestal baseado nas analises de solo atualizadas da área. Esse profissional deve elaborar o Plano anual de fertilização da floresta. Esse documento deve conter alem da recomendação da adubação fosfatada, a recomendação da primeira, segunda e demais adubações de cobertura a serem realizadas no primeiro período de chuva pelo qual a floresta passará;
·         A mato competição é um dos grandes vilões das florestas de Mogno Africano. É necessário manter sempre uma coroa limpa em torno da muda com o raio de um metro;


Se realizados com esses cuidados as chances de sucesso de uma floresta de  Mogno Africano são grandes e com certeza a negligência desses aspectos resultaram em fracasso e decepção.



Muda planta conforme especificações do artigo.

Adubação potássica realizada a lanço com cloreto de potássio.

Forma correta de iniciar a remoção da sacola das mudas.

O melhoramento Florestal do Mogno Africano

Considerando aspectos Silviculturais e qualidade de madeira a floresta de Mogno Africano (Khaya ivorensis) é sem duvida nenhuma a mais recomendada para a produção de madeira nobre no Brasil.
O desenvolvimento de fuste com até mais de 18 metros sem a necessidade de adensamento florestal para tal ou intervenções com desrama, é sem dúvida uma das principais virtudes da espécie. No cultivo de outras espécies florestais para a produção de madeira nobre é necessário a realização de desramas periódicas (remoção de galhos laterais), no Mogno Africano esse procedimento é desnecessário, pois não há formação de galhos laterais até a formação da copa definitiva. O procedimento de desrama é caro e trabalhoso e quando aplicado tê eficiência até aproximadamente 8 metros.
A formação de fuste comercial longo torna o mogno muito produtivo e a não necessidade de realização de desrama torna o cultivo mais barato e conseqüentemente mais rentável que todas as outras culturas florestais que necessitam desse manejo.

            A altura média dos fustes em florestas com mudas produzidas a partir de sente é de 10,6 metros (dados de inventário florestal), porém esses resultados podem ser melhorados através de estudos de melhoramento florestal.
Estudos esses que irão possibilitar a identificação de indivíduos com desenvolvimento notório nas florestas já implantadas e a reprodução dos mesmos para a produção de mudas com características genéticas que exprimam tal capacidade produtiva da espécie. Após a produção dessas mudas o desenvolvimento das florestas com elas implantadas terão desenvolvimento mais homogêneo e serão ainda mais produtivas.
            Os estudos de clonagem do Mogno Africano foram iniciados não para realizar melhoramento florestal, mais sim para garantir o suprimento de mudas da espécie para o mercado, uma vez que as sementes são poucas e sazonais (produção enter julho e setembro). Os viveiros que produziam mudas de Mogno Africano só tinham atividade produtiva nesses períodos, o que inviabilizava a implantação de viveiro exclusivos da espécie já que as sementes perdem seu poder germinativo rapidamente.
            As primeiras clonagens forma realizadas de mudas com origem em sementes que eram recortadas e colocadas para enraizamento em estufa em tubetes com substrato e hormônios indutores de enraizamento. Esse procedimento possibilitava transformar uma única muda de 70 cm em 10 mudas, isso possibilitou um grande aumento na oferta de mudas e possibilitou a expansão dos plantios.
            Esse procedimento, no entanto não permitia o melhoramento florestal, uma vez que era feito através de mudas que não se sabia qual a qualidade genética se colocadas em campo.


Produção de mudas por macro estaquia.


O próximo desafio foi conseguir geral mudas através de amostras de tecidos vegetais de uma árvore adulta que apresentou bom desenvolvimento em campo, e isso foi possível graças ao conceito simples e muito antigo da enxertia.

            O procedimento consiste na retirada de uma casca da árvore adulta desejada que contenha uma gema (conjunto de células meristemáticas que tem capacidade de formar qualquer tecido vegetal, podem ser comparadas com as células tronco dos animais) e implantá-las em uma em uma muda pequena afim de induzir a sua brotação por poda radical. Após a brotação atingir aproximadamente 30 cm ela é podada e transformada em uma macro estaca que dará origem a uma nova muda com característica idêntica as da árvore adulta da qual o material foi retirado.


Enxertia de uma árvore adulta selecionada em uma muda em viveiro iniciando a brotação.

O próximo passo do melhoramento é a o desenvolvimento de transgênicos ou híbridos, seja por técnica de enxertia ou por reprodução sexuada.

Avaliação da Qualidade e Manejo das Mudas de Mogno Africano

A qualidade de mudas florestais podem ser avaliadas segundo dois conceitos de qualidade, a qualidade momentânea ou aparente, que é basicamente o estado atual da muda em relação as condições nutricionais, idade e porte, e a segunda diz respeito a qualidade produtiva ou capacidade de produzir uma floresta que imprima exatamente a capacidade que o sítio florestal apresenta sem a influencia das limitações genética dos indivíduos.

A qualidade momentânea ou aparente pode ser medida por alguns índices matemáticos, podendo ser a relação entre peso da parte aérea e das raízes ou o peso seco total.
Esses índices são muito bons porém são de difícil mensuração e pouco práticos já que no dia a dia é preciso tomar as decisões de modo ágil.
Alguns critérios morfológicos também são citados pela literatura como indicadores de qualidade, tais como, vigor, tamanho, forma do caule etc, esses são critérios mais práticos utilizados para aceitar ou não uma mudas para plantio, já que sua avaliação é visual e baseada em experiências anteriores.
A qualidade momentânea pode ser alterada com aplicação de fertilizantes e maiores tempos de encanteiramento, o que significa que nem sempre uma muda com boas condições aparentes vai garantir uma árvore produtiva.

Já a qualidade produtiva é medida através de inventários florestais e ou volume de madeira explorada por área. E é importante que as mudas que tenham boa qualidade genética tenham boa qualidade aparente, pois isso irá facilitar o pegamento da muda no campo.

         Em mudas de sacola os principais problemas que acontecem durante produção é o estiolamento e a mamada.

O estiolamento é causado pela competição por luz no canteiro, o que ocorre devido ao grande adensamento das mudas. A competição causa o rápido alongamento do caule, sem que haja tempo e condições para o mesmo ganhar diâmetro e passar pelo processo de lignificação (formação de lignina que torna a parede celular mais rígida e dá estabilidade aos tecidos vegetais, esse processo depende do fornecimento abundante de luz e tempo) a fim de garantir rigidez suficiente para suportar o peso das folhas.

         A mamada é o nome vulgar que se dá quando as raízes das mudas conseguem sair da sacola e alcançar o solo, iniciando assim o processo de fixação da muda e extração de nutrientes e água direto do solo.
Esse acesso permite que a muda se desenvolva mais rápido devido a maior fornecimento de nutriente, porém no momento de levar a muda para campo as raízes que estão fixadas no solo são rompidas e causa estresse na muda, tornando-á mais frágil a deficiência hídrica no solo durante o período de pegamento.

         Quando a muda está estiolada e é removida do canteiro esta não tem condições de se manter em pé sozinha devido ao caule muito longo e delgado, isso causa o tombamento da muda em campo e pode causar a morte devido a contato da parte aérea com o solo, ou mesmo gera uma árvore com tronco com anomalias. Quando as mudas chegam nesse ponto a solução é realizar a estaquia (amarar a muda com o uso de um barbante de algodão em uma haste guia rígida de madeira até que as muda tenha condições de se manter ereta sozinha). O uso de hastes de madeira e barbante de algodão é recomendável, pois são materiais biodegradáveis que não precisam ser recolhidos e tem durabilidade curta que coincide com o tempo necessário para que a muda adquira rigidez.
Ao contrário do estiolamento, os problemas causados pela mamada são contornados ainda no viveiro. Para contornar parcialmente esse problema é recomendado movimentar (romper as raízes) as mudas uma semana antes da data prevista para levá-las a campo. Esse processo irá garantir boas condições de umidade para que a planta consiga se recuperar do estresse sofrido pelo rompimento das raízes ainda em viveiro. A utilização e uma lona preta para forrar o canteiro antes de encanteirar as sacolas dificulta o acesso das raízes ao solo, porem não impede a saída das raízes da sacola. Algumas raízes saem de uma sacola e entre na sacola de outra mudas, a separação deve ser realizada com uma faca ou tesoura e não puxando as mudas, pois isso causa o rompimento das sacolas e dos torrões.

         O rompimento do torrão é outro dano muito grave em mudas de sacola. Esse dano é causado durante o manuseio e transporte das mudas do viveiro até o campo. A ocorrência desse tipo de dano é mais comum quando o substrato é pesado e pouco poroso (como no caso de terra preta). Nesse caso a formação de raízes é reduzida não conferindo ao torrão grande rigidez. Para evitar esse dano o recomendado que as mudas sejam transportadas sempre seguras diretamente pelo torrão e nunca pela parte aérea. O transporte em caixas ajuda a evitar esse dado também. Evitar bater os torrões e transportá-los apenas úmido e não encharcado ou seco demais também ajuda muito.
A abertura da sacola deve ser realizada inicialmente pelo fundo e depois pela lateral. O melhor instrumento para esse trabalho é uma faca de mesa com serras.
         Quando produzidas em tubetes, as mudas podem ser consideradas prontas para plantio quando forem retiradas do tubetes e as raízes conseguirem manter a estabilidade do torrão, mesmo quando submetido a uma leve pressão.
         O tamanho mínimo do tubete deve ser de 280 cm3, pois a partir desse tamanho de recipiente facilita o pegamento da muda em campos.
         Se as mudas a serem plantas tiverem sistema radicular ainda pouco desenvolvido o recomendado é que estas sejam tiradas do tubetes e plantadas imediatamente.
Em caso de mudas com sistema radicular bem desenvolvido o uso de rocamboles é recomendado, porem as mudas não deve permanecer mais que uma semana embaladas, isso pode causar desfolha e danos ao sistema radicular. Os rocamboles devem conter no máximo 15 mudas e nunca devem ser transportados segurados pela parte aérea das mudas.
         Para realização do plantio de mudas de sacola o recomendado a abertura de uma cova com auxilio de uma cavadeira a uma profundidade aproximada de 40 cm com largura suficiente para se introduzir a muda e a mão de que está plantado, evitando assim ter que soltar a muda dentro da cova.
         É indispensável a adubação fosfatada que deve ser adicionada no fundo da cova e coberta por uma cama de aproximadamente 10 cm de solo (o solo vai evitar que a muda tenha contato direto com as raízes o que pode provocar a morte da muda). A dose deve ser calculada de acordo com analise de solo que deve ser realizada de 0-20 e 20-40 cm de profundidade.
         Após a abertura da cova e aplicação da dose de adubo fosfatado recomendado, deve-se cobrir com uma porção de solo o fundo cova a fim de formar uma camada de aproximadamente 10 centímetros. Em seguida a muda deve ser retirada da sacola e levada até o fundo da cova de forma suave e centralizada. As laterais devem ser preenchidas com o solo da borda da cova, pois esse solo é mais rico em matéria orgânica e nutrientes. O solo deve ser levemente pressionado para fixar o torrão e manter a muda em pé. A quebra das bordas da cova gera um cone que deve ser mantido para facilitar o acumulo de água de irrigação e da chuva. É indispensável a realização de uma irrigação logo após o plantio com pelo menos 5 litros de água independentemente das condições de umidade do solo e expectativas meteorológicas.
         Para as mudas de tubetes o ideal é realizar o preparo das covas com profundidade aproximada de 35 cm, realizar a aplicação da adubação fosfatada, preencher o total da cova com solo das bordas da cova e logo em seguida realizar a abertura de uma nova cova com auxilio de uma vara que contenha em sua ponta um tubete igual ao utilizado na produção das mudas. Após o procedimento coloca-se a muda e por fim faz-se leve pressão no solo para apoiar o torrão evitando tombamento. Nesse caso também é indispensável a realização de irrigação logo em seguida. A irrigação irá remover algum eventual bolsão de ar que tenha ficado durante o processo de plantio e garantir umidade para iniciar o pegamento da muda.

         Considerando as narrativas anteriores é possível afirmar que uma muda de sacola de qualidade deve ter no mínimo 40 cm de tamanho, deve ser capaz de se manter ereta sozinha, não ter raízes saindo da sacola e deve ser transportada com cuidado para evitar rompimento do torrão.
         As mudas de Tubetes devem ter sistema radicular bem formado, capas de sustentar bem o torrão e devem ter tamanho mínimo de 30 cm.A qualidade produtiva deve ser comprovada através de dados biométricos das matrizes.
         Não é possível afirmar que as mudas de sacola são melhores ou piores que as de tubetes, pois se o manejo for adequado, ambas surtirão bons desempenhos em campo. As limitações serão genéticas e não baseadas na forma de produção das mudas. É possível no entanto afirmar algumas vantagem de manejo, de um ou outro tipo de muda, tais como por exemplo:
1-     O transporte de mudas de tubetes é mais fácil e barato que o transporte de mudas de sacola devido ao volume;
2-     É possível plantar mudas com porte maior quando produzidas em sacolas, o que aumenta a resistência da muda ao ataque de formigas e outros insetos;
3-     O plantio de mudas de tubetes é mais rápido e barato devido a facilidade de transporte e manuseio;
4-     Mudas de sacolas exigem estrutura e mão de obra reduzida, o que permite que o interessado em plantar possa produzir usa próprias mudas sem grandes despesas;

Muitas outras vantagens de um ou outro método de produção podem ser citados, porem o que importa é considerar as estruturas e objetivos de capa projeto para tomar a decisão correta a cerca de que tipo de muda utilizar.

A adubação em viveiro normalmente de mudas de tubetes é realizada com Cloreto de potássio (solúvel), MAP, Uréia e FTE Br 12.
É preparado uma solução com 200 litros de água, 1kg de MAP, 1 Kg de Cloreto de potássio , 0,5 kg de uréia e 100 g de FTE Br 12.
O sistema radicular da mudas são imergidas nessa solução por 30 segundos e depois as mudas são devolvidas para o canteiro. É importante evitar que a parte aérea entre em contato com a solução, pois pode causar queimadura nas fohas.
Esse procedimento deve ser repetido uma vez a cada 30 dias.
Em viveiro de sacola as mudas devem ser regadas com auxilio de um regador com a mesma solução. Após a fertilização as mudas devem ser irrigadas por 15 minutos para evitar queimaduras na folhas. O processo deve ser repetido a cada 45 dias.

Costumeiramente alguns fungos atacam viveiros florestais e causam grandes prejuízos e preocupação. O Mogno é pouco atacado por insetos e fungos. Em relação a ataque de microorganismos, surgem esporadicamente alguns sinais de antracnose e mofo comum. A prevenção e controle podem ser feito com uma simples cauda bordaleza que deve ser aplicada sobre os canteiros com auxilio de um pulverizador costal a cada 60 dias ou toda vez que for identificado um foco (tomar sempre cuidado com o pH da cauda, pois se estiver muito acido causa danos severos as plantas).
Na faze de estufa, o ideal é que a pulverização seja feita a cada 15 dias, pois nesse ambiente a proliferação dos micros organismos é muito rápida.
Em viveiro, o inseto que mais preocupa é a broca do pecíolo, que quando encontra uma planta na faze jovem sem o pecíolo bem desenvolvido com condições de se alojar, acaba por parasitar lenho da muda.
A broca é um coleóptero (Besouro) muito pequeno que fura o lenho da muda até atingir a medula, afim de depositar seus ovos que mais tarde eclodem e se alimentam do tecido vegetal mais macio e nutritivo da medula da muda. Essa parasitose pode causar a morte da muda, pois o dano que a muda sofre é porta para entrada de outros patógenos, e além disso a larva causa enfraquecimento do caule que acaba quebrando sobre o próprio peso devido a formação de um ponto de fraqueza causado pela alimentação das larvas.


Foto do Ataque da Broca do Pecíolo em mudas.

O controle dessa praga deve ser realizado com um inseticida a base de Piretróide, que deve ser aplicado uma vez por semana no material contaminado que deve ficar de quarentena a pelo menos 100 metros de distância de mudas não atacadas. Se for possível o ideal é incinerar as mudas atacadas, pois é impossível ter acesso as todas as larvas com a aplicação de inseticidas.
Os outros insetos que atacam as mudas são oportunistas e não especializados como é o caso da broca do pecíolo. As formigas cortadeiras, gafanhotos e paquinhas são os que mais incomodam, porem o controle é simples e os efeitos do controle é rápido.
         Para produzir mudas de semente com qualidade em tubetes é preciso utilizar recipiente com 280 cm3 ou mais, as sementes devem ser desinfetadas com uso de fungicida antes do plantio e devem ser plantadas logo após a colheita, pois o poder germinativo é perdido rapidamente, o substrato deve ser poroso e inerte. A água utilizada deve ser de boa qualidade, as mudas devem ficar no viveiro pelo menos seis meses, o controle de insetos e fungos não deve ser negligenciado. Quando se trata de sementes a diversidade genética é muito grande, e algumas características indesejadas se manifestam desde o início da vida da mudas, tais como brotações laterais, caule retorcido e subdesenvolvimento da planta. A eliminação das mudas que apresentarem alguns dessas características deve ser realizada tão logo identificada. Aproximadamente 10% das mudas devem ser descartadas para garantir que apenas mudas que tenham boa capacidade produtiva sejam levada para campo.
         Em caso de mudas produzida em tubetes por macro estaquia, os cuidados com recipientes e controles de doenças e insetos são os mesmos, alem é claro de ter certeza que o material de origem tem boa genética.
Para garantir lotes de homogêneos é ideal que o tamanho das estacas seja padronizado.

Em mudas de sacola produzidas com sementes, é recomendada a utilização e sacolas com 10 cm diâmetro e 30 cm de altura, o descarte das mudas defeituosas deve ser realizado da mesma forma, e o controle de insetos e fungos também não podem ser negligenciados. A manutenção do espaço entre as mudas é muito importante para evitar o estiolamento. Para aumentar a o espaçamento entre as mudas, podem ser utilizados repas de madeira, que podem ser colocados alternadamente com as fileiras de mudas no canteiro.

Espero que as informações tenham sido uteis!!!

Porque um projeto florestal não dá certo?


Brasil tem potencial para ser o maior produtor de madeira do mundo, nossas condições de clima são perfeitos para a atividade. Em nenhum local do mundo as árvores crescem tanto quanto no nosso continente e no continente ninguém tem tanta terra quanto o Brasil.
Apesar desse grande potencial a nossa produção de madeira plantada apesar de crescente ainda é muito pequena e abaixo da demanda interna e mundial. A baixa quantidade de empreendimentos florestais deve-se em parte a falta de cultura florestal (que tem retorno a médio e longo prazo) e também quando plantão usam conceitos equivocados que levam a fracassos. Os erros de conceitos podem ser divididos em erros de critério técnicos e financeiros.
Os erros de Conceito Técnicos são os de afetam a produção e produtividade da floresta e os erros de Conceitos Financeiros são os levam o produtor a embarcar em um negócio com expectativa de retorno financeiros ilusórios que levam a grandes frustrações.
Conceitos Técnicos equivocados que levam ao fracasso de um empreendimento florestal.
1º - “Árvores crescem em qualquer lugar, pois quando eu comprei a minha fazenda tinham um monte de árvores que nunca foram cuidadas e nem semeadas por ninguém.”
Esse conceito leva o futuro produtor a plantar a florestas nas piores terras de sua propriedade e simplesmente abandonar as mudas depois de plantadas, esperando que essas vençam todas as adversidades do campo e se tornem uma linda floresta com madeira de qualidade para ele contar após alguns anos, vender e ficar rico. Isso acaba em frustração e prejuízo. Florestas são verdadeiras fontes de riquezas porem precisam ser bem planejadas e conduzidas.
2º - “Árvore é tudo igual qualquer uma que eu plantar aqui vai crescer igual. Se uma cresce a outra também cresce.”
Este é o conceito que leva o interessado a escolher a espécie errada. O básico para quem deseja plantar uma floresta é conhecer bem o local da implantação (Sítio Vegetativo) e a plantadas.
As principais características a serem observadas do local de plantio e correlacionadas com as exigências da espécie escolhida para a implantação são: Pluviometria, características de solo (química e física), relevo e profundidade do perfil de solo, temperatura e altitude. A análise bem feita desses atributos permite definir se a área disponível para plantio tem aptidão ou não para a implantação da floresta e também dá idéia dos custos de implantação e manutenção da floresta.
Algumas espécies florestais têm alta tolerância a alumino no solo (Eucalipto) enquanto que outras não (Mogno Africano). Porém esse atributo de solo sozinho não inviabiliza a implantação de uma floresta de mogno, uma vez que o alumino pode ser neutralizado com uso de corretivos. É importante saber, no entanto que essa neutralização é periódica e custa dinheiro. Isso deve ser levado em consideração no custo total do projeto.
Conceitos Financeiros equivocados que levam ao fracasso de um empreendimento florestal.
1º “Vou plantar uma pequena floresta e quando eu cortar vou ficar rico.”
Aí está o conceito da frustração e da ilusão. Ilusão que pode ser usada para convencer pessoas sem nenhum perfil a investir em florestas com expectativas de lucros absurdos. É muito importante saber inicialmente o conceito de lucro. Lucro de uma forma simples é o dinheiro que sobra de um investimento descontado todas as despesas e percas monetárias dos investimentos.
Vou vender 100 hectares de florestas eucalipto para um investidor de duas formas, na primeira forma vou vender de forma simplista e sem planejamento e a outra de forma planejada e com conhecimento. Não vou contar mentiras ou apenas negligenciar algumas informações.

Projeto florestal feito de forma simplista e sem planejamento.



Projeto florestal feito de forma planejada e com conhecimento.



Observe que nos dois casos o faturamento é igual, porém a negligencia de alguns dos passos do ciclo da floresta podem distorcer absurdamente as expectativas de lucratividade do projeto. Quando todas as variáveis do projeto são consideradas a lucratividade cai, muito porém não deixa de ser um bom negócio. Se houver uma indústria de celulose na região do plantio pode ter um valor agregado muito maio, o que gera maior lucratividade. Alem disso a madeira pode ser vendido como madeira tratada para construção civil, o que também garante maior valor da floresta. O mercado que vai absorver o produto final tem que ser pensado antes.
2º “Vou plantar 20 hectares de Mogno Africano aqui em Macapá e vou vender a madeira de a R$ 4.000,00 o cúbico assim como o produtor de São Paulo que eu vi na revista.”

Isso acontece muito, é o chamado modismo. É sempre preciso lembra que as indústrias sejam madeireiras, alimentícia ou qualquer outra precisa de grande oferta de matéria prima e facilidade transporte, caso não tenha escala e logística o preço pago pela indústria cai muito, pois o custo de levar para o seu pátio o produto sobe bastante. Então essas variáveis devem sempre ser consideradas.

Os investimentos em florestas devem ser realizados com o mesmo cuidado que se investe em gado, soja, milho ou em um carrinho de pipoca. É sempre preciso perguntar, eu consigo produzir? Quem vai me comprar? Qual o preço? A margem de lucro é satisfatória?

É muito importante ter sempre acompanhando o projeto um profissional habilitado e competente, com experiencia para ajudar a tomar as decisões e montar os planejamentos.

Tomando esses cuidados a chance de sucesso é muito grande e os retornos dos investimentos em florestas são muito bons.

Espero que a exposição do meu ponto de vista sobre investimentos em floresta tenha sido útil para você.

Obrigado por ler o meu artigo !!!

Minha história

Inicio aqui minha apresentação agradecendo a você por visitar o meu Blog que foi criado com objetivo de transferir conhecimentos práticos sobre o manejo do Mogno Africano, desde a produção de mudas até a colheita. O blog é todo escrito de forma simples e direta tentando sempre ser apresentado em forma de diálogo ou de uma narrativa de observações do dia a dia do meu trabalho.
Meu nome é Claudimar Pereira de Sousa, sou engenheiro florestal formado na Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT sou especialista em Fertilidade de solos e nutrição mineral de plantas pela Universidade de Cuiabá UNIC.
Em 2007 fui apresentado ao Mogno Africano (Khaya ivorensis) pelo senhor Rubem Barreto Silveira, empresário do ramo de Geotecnologia. Pessoa extremamente visionária que mesmo sem nenhuma formação na área florestal percebeu o grande potencial produtivo da espécie. Sim ele tinha razão. A espécie que apresenta crescimento rápido, grande rusticidade, madeira de excelente qualidade, versatilidade para consórcios e baixos custos de manutenção se tornou talvez a espécie de madeira nobre mais promissora do Brasil aos olhos de grandes investidores.
Neste ano tive o privilégio de contribuir para a produção de duzentas mil mudas de sementes em sacolas, produção essa que me permitiu acumular conhecimentos práticos que posteriormente em 2009 me ajudaram a desenvolver técnicas para a produção de mudas (clonadas) a partir de macro estaquias.
                 Em 2008 implantamos a primeira floresta que teve área de 75 hectares. Floresta esta que se tornou um laboratório a céu aberto, sendo muito importante para definição das técnicas de manejo que adotamos atualmente nas novas florestas. Nesse período o viveiro continua a produzir mudas e vender para todas as regiões do país.
                Em 2009 além de dobrarmos a área plantada na mesma propriedade, iniciamos os primeiros testes de clonagem por macro estaquias, porem com pouco sucesso já que o viveiro era todo planejado para cultivo de mudas em sacolas. No final desse ano fizemos parceria com um viveiro da Várzea Grande – MT onde os testes foram conduzidos em estufa com a estrutura merecida. No final de 2010 já tínhamos os primeiros clones que foram plantados em um novo plantio no município de Cáceres, onde implantamos mais 108 hectares de floresta. Em 2015 plantamos mais 40 hectares nessa mesma propriedade.
                Durante o decorrer desses anos visitei floresta de Mogno Africano em várias regiões do país (Minas Gerais, Pará, São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Amazonas, Mato Grosso do Sul, Tocantins), participei de vários eventos que discutiam o futuro do Mogno Africano.
                Atualmente presto consultoria para alguns produtores de Mogno Africano, em Mato Grosso do Sul para o grupo Mata Verde, em São Paulo para  FMT Administração de Bens LTDA, em Mato Grosso Para a Max Mogno Reflorestamento Ltda., Mogno Africano Investimentos Florestais Ltda., MognoBioinvest Ltda.
                Em 2014 consegui montar a primeira tabela de exigência nutricional da Khaya ivorensis, através de cruzamentos de informações levantadas nas florestas em que eu presto consultoria. Essas informações foram muito importante para o desenvolvimento dos planos de fertilização das florestas que implantamos dai em diante, evitando desperdício de fertilizantes e garantindo uma nutrição adequada as plantas. Intervenções essas que passaram a garantir melhores desempenhos das florestas submetidas a esses balanceamentos nutricionais.
                O estudo de clonagem de árvores adultas que foi iniciado em 2014 começa a dar frutos agora em 2015, quando iniciaremos a produção de mudas a partir de árvores que tiveram desenvolvimento notório em campo. Esse trabalho irá permitir que as florestas implantadas de agora em diante tenham seu desempenho melhorado e seus custos reduzidos.
                Fecho aqui a minha apresentação sem alongar muito, pois no blog as minhas experiências em cada caso serão melhores retratadas em forma de publicações que irão transferir para os leitores conhecimentos práticos que podem ajudar a conduzir suas florestas e/ou decidir se devem ou não implantar uma mova floresta.