Considerando aspectos Silviculturais e qualidade de madeira a floresta de Mogno
Africano (Khaya ivorensis) é sem duvida nenhuma a mais recomendada para a produção
de madeira nobre no Brasil.
O desenvolvimento de fuste com até mais de 18 metros sem a necessidade de adensamento florestal para
tal ou intervenções com desrama, é sem dúvida uma das principais virtudes da espécie. No cultivo de outras
espécies florestais para a produção de madeira nobre é necessário a realização
de desramas periódicas (remoção de galhos laterais), no Mogno Africano esse
procedimento é desnecessário, pois não há formação de galhos laterais até a
formação da copa definitiva. O procedimento de desrama é caro e trabalhoso e
quando aplicado tê eficiência até aproximadamente 8 metros.
A formação de fuste comercial longo torna o mogno
muito produtivo e a não necessidade de realização de desrama torna o cultivo mais
barato e conseqüentemente mais rentável que todas as outras culturas florestais
que necessitam desse manejo.
A altura
média dos fustes em florestas com mudas produzidas a partir de sente é de 10,6
metros (dados de inventário florestal), porém esses resultados podem ser melhorados através
de estudos de melhoramento florestal.
Estudos esses que irão possibilitar a identificação de
indivíduos com desenvolvimento notório nas florestas já implantadas e a
reprodução dos mesmos para a produção de mudas com características genéticas
que exprimam tal capacidade produtiva da espécie. Após a produção dessas mudas o desenvolvimento das florestas com elas implantadas terão desenvolvimento mais homogêneo e serão ainda mais produtivas.
Os estudos
de clonagem do Mogno Africano foram iniciados não para realizar melhoramento
florestal, mais sim para garantir o suprimento de mudas da espécie para o
mercado, uma vez que as sementes são poucas e sazonais (produção enter julho e
setembro). Os viveiros que produziam mudas de Mogno Africano só tinham
atividade produtiva nesses períodos, o que inviabilizava a implantação de
viveiro exclusivos da espécie já que as sementes perdem seu poder germinativo
rapidamente.
As primeiras
clonagens forma realizadas de mudas com origem em sementes que eram recortadas
e colocadas para enraizamento em estufa em tubetes com substrato e hormônios indutores de enraizamento. Esse
procedimento possibilitava transformar uma única muda de 70 cm em 10 mudas,
isso possibilitou um grande aumento na oferta de mudas e possibilitou a
expansão dos plantios.
Esse
procedimento, no entanto não permitia o melhoramento florestal, uma vez que era
feito através de mudas que não se sabia qual a qualidade genética se colocadas em campo.
Produção de mudas por macro estaquia.
O próximo desafio foi conseguir geral mudas através de amostras de tecidos vegetais de uma árvore adulta que apresentou bom desenvolvimento em campo, e isso foi possível graças ao conceito
simples e muito antigo da enxertia.
O
procedimento consiste na retirada de uma casca da árvore adulta desejada que
contenha uma gema (conjunto de células meristemáticas que tem capacidade de
formar qualquer tecido vegetal, podem ser comparadas com as células tronco dos
animais) e implantá-las em uma em uma muda pequena afim de induzir a sua
brotação por poda radical. Após a brotação atingir aproximadamente 30 cm ela é podada e transformada em uma macro estaca que dará origem a uma nova muda com característica idêntica as da árvore adulta da qual o material foi retirado.
Enxertia de uma árvore adulta selecionada em uma muda em viveiro iniciando a brotação.
O próximo passo do melhoramento é a o desenvolvimento de transgênicos ou híbridos, seja por técnica de enxertia ou por reprodução sexuada.
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