Diferenciar o que é verdade ou propaganda
sobre a produtividade e Lucratividade do Mogno Africano (Khaya ivorensis) é muito difícil e gera muito tumulto
entre aos produtores no Brasil. É fato porem que a cultura é notoriamente
produtiva e rentável dada suas características silviculturais e qualidade da
madeira.
A produtividade da Khaya ivorensis no
Brasil pode facilmente ser contestada entre os produtores devido a falta de
estudos abrangentes a respeito do assunto e de técnicas silviculturais
unificadas (Cada produtor maneja sua floresta de um jeito). Atualmente o a
espécie ainda não tem um programa de melhoramento florestal oficial que permite
comparar o desenvolvimento de uma tal linhagem genética em diferentes regiões
do país. A outra vertente que impossibilita a criação desses índices genéricos
é a falta de estudos a cerca das exigências nutricionais da espécie.
Quando se tiver uma linhagem e uma
condição nutricional ótima definida será possível estimar a produtividade média
das florestas dessa espécie em cada região do país.
Atualmente as estimativas de
produtividade são em grande parte especulativas e se quer usam técnicas de
inventáriamento florestal. Boa parte das projeções de rendimento tem como
referência medições de árvores que cresceram isoladamente ou em comunidade sem
tratos culturais, ou pior, são feitas a partir de dados biométricos de
indivíduos de excelente desenvolvimento.
Como relato em todos os meu artigos
do meu blog, gostaria de lembrar que meus textos são fruto de minhas
experiências e observações e que são publicados com intenção de subsidiar
futuros investidores em florestas de Mogno Africano, bem como compartilhar
essas experiências com os colegas de profissão.
Sendo assim, vou relatar alguns números
de produtividade das florestas que tenho o prazer de fazer parte da equipe que
as maneja.
Em uma floresta de 150 hectare
implantada na região amazônica de baixa latitude (Amazônia seca), foi
registrado o incremento médio anual em diâmetro de 3,7 cm aos 6 anos com espaçamento
de 7 X 7. A altura comercial média registrada
foi de 9,7 metros, sendo que foram registradas árvores com 18 metros de fuste
comercial. A mortalidade foi de 5%.
Sendo assim o volume aproximado dessa
floresta é de 43,7 m3 de madeira em tora por hectare. Considerando
aproveitamento de 55% o volume em madeira serrada por hectare é de
aproximadamente 24,035 m3 de madeira serrada.
Considerando o valor do m3 de madeira
serrada em R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), cada hectare possui em
madeira R$ 60.087,50 (sessenta mil e oitenta e sete reais e cinqüenta centavos).
O custo de implantação e manutenção já capitalizados são de aproximadamente R$ 17.453,75
(dezessete mil quatrocentos e cinqüenta e três reais e setenta e cinco centavos).
O arrendamento da terra na região em valores atuais é 8 sacas de soja por
hectare, o que atualmente dá um valor anual de aproximadamente R$ 480,00
(quatrocentos e oitenta reais) por hectare ano como a área tem seis anos de
plantio o valor da terra se arrendada é de R$ 2.880,00 (dois mil oitocentos e
oitenta reais) por hectare. Somando-se esse valor aos custos de implantação e
manutenção temos R$ 20,333,75.
Agora subtraindo o valor gasto dos
custos temos R$ 39.753,75. Desse valor resta subtrair os custos de exploração, serragem,
transportes, comercialização e impostos. Não me sinto a vontade para especular
esses custos pois vai variar muito de acordos com cada região e projeto. Além
do mais os impostos também variam de acordo com o estado da federação. Essa é a
situação atual do projeto.
Agora voltando ao projeto, às
expectativas baseadas nos dados de inventário, é que o projeto tem duração de
20 anos, sendo previsto um desbaste aos 15 anos.
Serão mantidas 100 árvores por
hectare após o desbaste. Se a taxa de crescimento se mantiver teremos aos 15
anos o volume de aproximadamente 59 m3 de madeira serrada por hectare, valendo
aproximadamente R$ 146.575,86. No corte final o volume deve ser de
aproximadamente 160,4 m3 de madeira serrada valendo aproximadamente R$
400.921,22. Totalizando um faturamento bruto em madeira serrada por hectare de
aproximadamente R$ 547.497,08. Os custos de manutenção estão estimados em mais
R$ 25.200,00 por hectare, o que somados com os custos já executados dá um total
de R$ 42.653,70 mais o custo do arrendamento da terra por 20 anos que é de
aproximadamente R$ 9.600,00. Temos por fim o custo de R$ 52.253,70.
Subtraindo esse valor do faturamento
bruto em madeira serrada temos R$ 495.243,38 dos quais temos que subtrair os
custos de exploração, serragem, transportes, comercialização e impostos.
Vale lembrar que esse o narrado aqui
é um estudo de caso com condições específicas de clima, espaçamento, tratos
silviculturais etc.
Outros produtores devem ter volumes
de produção diferentes pois devem podem plantar em outros espaçamentos, em
outros regimes de chuva e condições de solo diferentes.
Obrigado pelo exemplo que fica mas realisto que os valores maximizados de vendedores de serviços ou instalações.
ResponderExcluirO que fica mais incerto é o preço do m3 de madeira que saia da parcela.