segunda-feira, 29 de junho de 2015

Curso de Produção de Florestas de Mogno Africano

Gostaria de iniciar essa publicação agradecendo aos contatos que vocês leitores tem feito comigo para buscar mais informações a respeito da cultura de Mogno Africano.
Fico muito feliz com os elogios tecido e sobretudo com o interesse que venho conseguindo despertar a cerca da cultura.
Algumas pessoas fizeram contato e gostariam de informações mais profunda sobre a produção de mudas, implantação da floresta, manejo, nutrição e mercado.
Pensando nesse público, produzi um material didático bem completo que acredito eu que é suficiente para retratar todo o meu conhecimento acumulado durante o longo tempo em que venho manejando a cultura da Khaya ivorensis.
Estou disponibilizando um curso sobre o cultivo do Mogno Africano onde esse material será apresentado e discutido durante 3 dias. Nesse período serão realizados dois dias de campo, o primeiro dias será no viveiro onde serão esplandas todas as técnicas de produção de mudas clonadas e seminais. O segundo dia será em uma floresta de 3,5 anos e de 6 meses onde será visto o desenvolvimento da floresta, o manejo adotado, a fertilização, controle de pragas etc.
O dia de didática será realizado utilizando narrativas de minhas experiências e muitos exemplos de casos reais e muitas fotos. Serão abordados temas como mercado e projeções para o futuro das florestas de Mogno Africano no Brasil.
As turmas terão no máximo 4 alunos para garantir do curso.

Os interessados devem fazer contato por telefone ou email:

Fone: (65) 9611-7899
Email: claudimar@mognobioinvest.com.br

Grande abraço a todos.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

O Mogno Africano (Khaya ivorensis) no Brasil

    O mogno africano apresenta-se com grande potencial de negócio para o estado de Mato Grosso, pois apresenta boa adaptação ao clima e os nossos latossolos possuem estrutura física ideal para a implantação de florestas.
    A espécie mais cultivada no estado é a Khaya ivorensis. Espécie essa que vem apresentado números expressivos de Incremento Médio Anual (IMA).
Atualmente o estado dispõe de mudas clonadas através de macro estaquia e a empresa de Mogno Africano Investimentos Florestais Ltda. desenvolve atualmente um programa de melhoramento florestal onde a clonagem e reprodução de cepas a partir de árvores adultas notórias dos seus plantios já foram realizadas e está em fase de implantação de jardins clonais para a produção de mudas de maior potencial produtivo.
      O cultivo da espécie no estado sofreu grande incremento a partir de 2007, através da iniciativa de empresários do estado que viram na espécie grande potencial produtivo.
      Em 2006 a área plantada estimada no estado era de aproximadamente 500 hectareses. Atualmente a área plantada estimada é de 3.000 hectares.
      A produtividade dessas florestas é estimada em aproximadamente 1,2 milhões de metros cúbicos de madeira em tora. A periodicidade de fornecimento é variado devido a variação de espaçamentos dos projetos, que vai desde 4X4 até 8X8. A comercialização da madeira está sendo realizada no mercado futuro a preços variando entre $ 700,00 a $ 2.000,00.
Alem das áreas de Mato Grosso, tenho conhecimento de aproximadamente 3500 hectares que estão plantados nos estados de Santa Catarina, Mato Grosso do Sul,São Paulo,Goiás, Pará e Amazonas. Porem estimamo que essa área seja 4 ou 5 vezes maior do que as que tenho conhecimento.
     O Mogno Africano (Khaya ivorensis A. Chev.) pertencente à família das Meliaceae. É uma espécie que ocorre naturalmente em regiões tropicais úmidas de baixa altitude da África Ocidental (Figura 1), nos países Costa do Marfim, Gana, Togo, Benim, Nigéria, Camarões, Guiné Equatorial e Gabão (Lamprechet, 1990).


Figura 1 – Distribuição natural do mogno africano (Khaya ivorensis) no continente africano e correspondência de latitude para o Brasil
Fonte: SOUSA CLAUDIMAR, 2010.

      A madeira possui alburno de coloração marrom-amarelado e cerne marrom-avermelhado, sendo uma madeira de alta durabilidade e fácil trabalhabilidade e secagem (Lamprecht, 1990). É usada principalmente para a construção naval e de móveis de interior (Dupuy e Koua, 1993, citados por Carneiro, J. G, 199)
    A espécie é imune à leptobroca Hypsipyla grandella, praga que limita o cultivo do mogno brasileiro (Swietenia macrophyla) no Brasil.
Embora sejam espécies distintas, a madeira da Khaya ivorensis é universalmente relacionada anatomicamente à madeira da Swietenia macrophyla. Assim sendo, a Khaya ivorensis é aceita em todo o mundo como mogno (Armstrong et al., 2007, citado por Carneiro, J. G, 1995).
      Em monoculturas na Costa do Marfim o mogno africano atinge cerca de 15 metros, aos 25 anos de idade, e um diâmetro de 50 centímetros (DUPUY e KOUA, 1993). Em inventários realizados em plantios de 7 anos no Mato Grosso indicou uma altura de 15 metros e 25 cm de diâmetro. Esses índices indicam a grande adaptação e até preferência da espécie pelo estado.


quarta-feira, 6 de maio de 2015

Sintomas de Toxidez em Khaya Ivorensis



Por se tratar de uma cultura nova que poucos têm domínio ainda, surgem com freqüência especulações de aparecimento de pragas e doenças. Qualquer tipo de anomalia morfológica á atribuída a fungo e insetos. Porem na maioria das vezes trata-se de manejo inadequado, seja de inseticidas, fungicidas, herbicidas ou mesmo fertilizantes. Além de deficiências nutricionais e toxidez por alumínio. A três confusões mais comuns e que geralmente geram pânico são as seguintes.

                Olhando a foto a seguir algumas pessoas podem afirmar que a planta foi assolada por uma grave doença que está causando sua morte, mais na verdade a planta está intoxicada por excesso de fertilizante. É possível observar que as folhas começam a secar de fora para dentro a acabam sendo abortadas.


                Aqui a primeira vista, o sintoma é de uma virose. Mas na verdade é sintoma de intoxicação por glifosato. Herbicida que causa danos especialmente ao meristema apical e causa deformações nos folíolos, causando alongamento e estreitamento.




                Na foto a seguir estamos vendo uma séria deficiência de magnésio se manifestando. Não se trata de nenhuma doença das folhas do baixio não.


Produtividade e Lucratividade do Mogno Africano (Khaya ivorensis)


Diferenciar o que é verdade ou propaganda sobre a produtividade e Lucratividade do Mogno Africano (Khaya ivorensis) é muito difícil e gera muito tumulto entre aos produtores no Brasil. É fato porem que a cultura é notoriamente produtiva e rentável dada suas características silviculturais e qualidade da madeira.
A produtividade da Khaya ivorensis no Brasil pode facilmente ser contestada entre os produtores devido a falta de estudos abrangentes a respeito do assunto e de técnicas silviculturais unificadas (Cada produtor maneja sua floresta de um jeito). Atualmente o a espécie ainda não tem um programa de melhoramento florestal oficial que permite comparar o desenvolvimento de uma tal linhagem genética em diferentes regiões do país. A outra vertente que impossibilita a criação desses índices genéricos é a falta de estudos a cerca das exigências nutricionais da espécie.
Quando se tiver uma linhagem e uma condição nutricional ótima definida será possível estimar a produtividade média das florestas dessa espécie em cada região do país.
Atualmente as estimativas de produtividade são em grande parte especulativas e se quer usam técnicas de inventáriamento florestal. Boa parte das projeções de rendimento tem como referência medições de árvores que cresceram isoladamente ou em comunidade sem tratos culturais, ou pior, são feitas a partir de dados biométricos de indivíduos de excelente desenvolvimento.
Como relato em todos os meu artigos do meu blog, gostaria de lembrar que meus textos são fruto de minhas experiências e observações e que são publicados com intenção de subsidiar futuros investidores em florestas de Mogno Africano, bem como compartilhar essas experiências com os colegas de profissão.
Sendo assim, vou relatar alguns números de produtividade das florestas que tenho o prazer de fazer parte da equipe que as maneja.
Em uma floresta de 150 hectare implantada na região amazônica de baixa latitude (Amazônia seca), foi registrado o incremento médio anual em diâmetro de 3,7 cm aos 6 anos com espaçamento de  7 X 7. A altura comercial média registrada foi de 9,7 metros, sendo que foram registradas árvores com 18 metros de fuste comercial. A mortalidade foi de 5%.
Sendo assim o volume aproximado dessa floresta é de 43,7 m3 de madeira em tora por hectare. Considerando aproveitamento de 55% o volume em madeira serrada por hectare é de aproximadamente 24,035 m3 de madeira serrada.
Considerando o valor do m3 de madeira serrada em R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), cada hectare possui em madeira R$ 60.087,50 (sessenta mil e oitenta e sete reais e cinqüenta centavos). O custo de implantação e manutenção já capitalizados são de aproximadamente R$ 17.453,75 (dezessete mil quatrocentos e cinqüenta e três reais e setenta e cinco centavos). O arrendamento da terra na região em valores atuais é 8 sacas de soja por hectare, o que atualmente dá um valor anual de aproximadamente R$ 480,00 (quatrocentos e oitenta reais) por hectare ano como a área tem seis anos de plantio o valor da terra se arrendada é de R$ 2.880,00 (dois mil oitocentos e oitenta reais) por hectare. Somando-se esse valor aos custos de implantação e manutenção temos R$ 20,333,75.
Agora subtraindo o valor gasto dos custos temos R$ 39.753,75. Desse valor resta subtrair os custos de exploração, serragem, transportes, comercialização e impostos. Não me sinto a vontade para especular esses custos pois vai variar muito de acordos com cada região e projeto. Além do mais os impostos também variam de acordo com o estado da federação. Essa é a situação atual do projeto.
Agora voltando ao projeto, às expectativas baseadas nos dados de inventário, é que o projeto tem duração de 20 anos, sendo previsto um desbaste aos 15 anos.
Serão mantidas 100 árvores por hectare após o desbaste. Se a taxa de crescimento se mantiver teremos aos 15 anos o volume de aproximadamente 59 m3 de madeira serrada por hectare, valendo aproximadamente R$ 146.575,86. No corte final o volume deve ser de aproximadamente 160,4 m3 de madeira serrada valendo aproximadamente R$ 400.921,22. Totalizando um faturamento bruto em madeira serrada por hectare de aproximadamente R$ 547.497,08. Os custos de manutenção estão estimados em mais R$ 25.200,00 por hectare, o que somados com os custos já executados dá um total de R$ 42.653,70 mais o custo do arrendamento da terra por 20 anos que é de aproximadamente R$ 9.600,00. Temos por fim o custo de R$ 52.253,70.
Subtraindo esse valor do faturamento bruto em madeira serrada temos R$ 495.243,38 dos quais temos que subtrair os custos de exploração, serragem, transportes, comercialização e impostos.
Vale lembrar que esse o narrado aqui é um estudo de caso com condições específicas de clima, espaçamento, tratos silviculturais etc.
Outros produtores devem ter volumes de produção diferentes pois devem podem plantar em outros espaçamentos, em outros regimes de chuva e condições de solo diferentes.


Acredito que o exposto aqui possa ajudar aos meus leitores a tomarem decisões e por si diferenciar realidade e publicidade. A foto a seguir ilustra a situação atual da floresta.



Clique para ampliar. 


quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Nutrição do Mogno Africano

A nutrição do Mogno Africano (Khaya ivorensis) é a referência mínima necessária para garantir eficiência na utilização de fertilizantes e, sobretudo garantir bom desempenho da floresta.
Este assunto ainda é pouco explorado porque a espécie não é muito estudada e sobretudo devido a super adubação que vem sendo realizada nos plantios. Os técnicos que prestam assistência nesses plantios, nem sempre dispões de tempo, estrutura ou conhecimento necessário para criar suas tabelas de exigência nutricionais.
Sabendo da importância desse conhecimento, realizei meus próprios estudos a fim de desenvolver para o meu dia a dia as referências que preciso para realizar analise de estado nutricional e receituário para fertilização de florestas implantadas e a serem implantada.
Os estudos foram iniciados pela realização de análise foliar das plantas de todas as florestas que eu tinha acesso.
As analises foliar tiveram objetivo de conhecer a concentração ótima dos nutrientes dentro das plantas. O padrão para a coleta das folhas foi estabelecido da seguinte forma:
O quarto par de folíolos da terceira folha madura considerando sentido descendente. O folíolos não podiam ter sinais de ataque de fungos ou de insetos.
Para cada 10 hectares foi coletada uma amostra de uma planta que tinham desenvolvimento ótimo. Juntando todas as amostras formou-se então uma amostra composta que foi enviada para laboratório e gerou um resultado da floresta.
A análise dos dados resultou em uma tabela de concentração de nutrientes na planta:



Esta tabela possibilitou por exemplo: realizar analise foliar em um plantio e verificar se o fornecimento de nutrientes pelo solo está normal. Com essa análise tornou-se possível inferir de modo rápido e seguro se o mau desenvolvimento de uma floresta em questão tem relação com o estado nutricional, ou se é causado por outro agente tal como uma pragas ou condições climáticas. É possível também verificar qual nutriente ou quais nutrientes estão em falta, e assim realizar a fertilização apenas destes e não de todos. Fato esse que normalmente ocorre quando não se sabe o que está faltando para a planta. Essa prática gera desperdício de recursos investidos em fertilizante e também aumenta o desequilíbrio para as plantas causando ainda mais distúrbios metabólicos.
Nem sempre o que tem na planta é um reflexo do que tem no solo, por isso não significa que colocar um nutriente que está em falta no solo significa que a planta irá absorve-lo, pois todo nutriente tem uma dinâmica no solo que vais desde a lixiviação, concorrência por sítio de absorção e fixação nos colóides do solo. Portando as analises foliares sozinhas não são base para definição de necessidade de adubação. Essas reações que ocorrem no solo não são sistemáticas, isso é cada solo tem sua características que dependem da textura do solo, acidez, histórico de correção e fertilização. Por isso é muito importante o auxilio de um profissional capacitado para definição do manejo adequado.
A produção de uma tabela de concentração de nutrientes adequada no solo para garantir o bom desenvolvimento de uma floresta de Mogno Africano não é recomendado, pois a fertilização seria hipotética para toda a área o que tornaria o custo muito alto. Além disso existem as particularidades de cada solo.
Sendo assim o que é recomendável para a maioria dos solos brasileiros, que são solos pobres e ácidos e com excelente estrutura física é realizar uma boa correção de solo. A correção de solo facilitará a absorção dos nutrientes fornecidos pela adubação química e irá eliminar elementos tóxicos tais como o Ferro e Alumínio.
Os cálculos para aplicação de calcário devem levar em consideração a saturação de base de 70% e a eliminação do alumínio na solução do solo. Se as recomendações forem realizada nesse sentido e se as recomendações forem bem executadas, o desempenho da floresta será facilitado e resultará em economias futuras em fertilizante e corretivos.
A concentração ideal de cada nutriente dependerá então das características de cada solo. As referencias a serem utilizadas são as contidas na literatura que levam em consideração as características de textura do solo.



Principais cuidados de plantio

Assim como as outras culturas florestais o Mogno Africano tem usa faze crítica de implantação da floresta no pegamento das mudas. A boa execução desta etapa irá influenciar significativamente em todo o ciclo da floresta que varia entre 15 e 25 anos, portanto é importante muito capricho nessa etapa.
                Um dos principais problemas que acontecem durante a implantação é o sub dimensionamento da estrutura de maquinas equipamentos e mão de obra necessária para a execução do projeto.
Não é possível definir exatamente a quantidade e tipos de equipamentos necessários para a implantação de uma floresta de Mogno Africano, pois cada local possui particularidades.
                Será narrado de agora em diante os principais cuidados que se deve ter para garantir um bom pegamento das mudas em campo.

·         Sem duvida a primeira providencia é a capacitação da equipe de plantio, pois simplesmente colocar um grupo de homens no campo sem informações claras das atividades e cuidados a serem executados normalmente resulta em baixa produtividade e má execução dos serviços por isso é importante aplicação de um treinamento para todos os membros da equipe;
·         A figura de um engenheiro florestal para aplicação do treinamento, fiscalização e adequação dos trabalhos é indispensável;
·         O controle de formigas e cupins deve ser iniciado 60 dias antes do plantio e devem ser intensivos a fim de garantir eliminação de todos os ninhos;
·         As mudas devem obedecer aos critérios de qualidade que foram citados na postagem sobre qualidade de mudas;
·         A correção de solo deve ser realizada em área total se o valor de pH do solo for menor que 5,8. E deve ser realizada no mínimo 60 dias antes do plantio no período de chuva;
·         A subsolagem quando identificado necessidade deve ser realizada a 60 centímetros de profundidade;
·         Se houver forte presença de alumino no solo a gessagem deve ser realizada em área total pelo menos 30 dias ante da implantação da floresta;
·         A adubação fosfatada deve ser aplicada no fundo da cova conforme cálculo de necessidade de adubação que deve ser baseado em analise de solo;
·         As mudas devem ser manejadas com cuidado para evitar quebra dos torrões e danos na parte aérea;
·         Após o plantio a muda deve ser imediatamente irrigada com no mínimo 8 litros de água, isso independentemente das condições meteorológicas;
·         Para aumentar a eficiência da irrigação é recomendado que seja feito uma bacia de contenção envolta da muda pra acumular água. Essa estrutura irá ajudar no acumulo de água da chuva e também de nutrientes das adubações de cobertura;
·         As mudas devem ser irrigadas novamente após três dias de plantio com a mesma quantidade de água. Essa irrigação pode ser dispensada se ocorrer uma chuva nesse intervalo ou se o solo for muito argiloso (avaliação a ser realizada pelo engenheiro florestal);
·         A primeira adubação de cobertura a ser aplicada deve ser a adubação potássica, que deve ser aplicada a lanço em forma de circulo na projeção da copa da muda e deve ser realizada após 10 dias do plantio;
·         A segunda adubação deve ser a nitrogenada após 30 dias de plantio. Essa adubação deve ser realizada através de fértil irrigação ou enterrada aproximadamente 15 cm da muda em dois pontos;
·         Todas as doses de adubo devem ser calculadas por um engenheiro florestal baseado nas analises de solo atualizadas da área. Esse profissional deve elaborar o Plano anual de fertilização da floresta. Esse documento deve conter alem da recomendação da adubação fosfatada, a recomendação da primeira, segunda e demais adubações de cobertura a serem realizadas no primeiro período de chuva pelo qual a floresta passará;
·         A mato competição é um dos grandes vilões das florestas de Mogno Africano. É necessário manter sempre uma coroa limpa em torno da muda com o raio de um metro;


Se realizados com esses cuidados as chances de sucesso de uma floresta de  Mogno Africano são grandes e com certeza a negligência desses aspectos resultaram em fracasso e decepção.



Muda planta conforme especificações do artigo.

Adubação potássica realizada a lanço com cloreto de potássio.

Forma correta de iniciar a remoção da sacola das mudas.

O melhoramento Florestal do Mogno Africano

Considerando aspectos Silviculturais e qualidade de madeira a floresta de Mogno Africano (Khaya ivorensis) é sem duvida nenhuma a mais recomendada para a produção de madeira nobre no Brasil.
O desenvolvimento de fuste com até mais de 18 metros sem a necessidade de adensamento florestal para tal ou intervenções com desrama, é sem dúvida uma das principais virtudes da espécie. No cultivo de outras espécies florestais para a produção de madeira nobre é necessário a realização de desramas periódicas (remoção de galhos laterais), no Mogno Africano esse procedimento é desnecessário, pois não há formação de galhos laterais até a formação da copa definitiva. O procedimento de desrama é caro e trabalhoso e quando aplicado tê eficiência até aproximadamente 8 metros.
A formação de fuste comercial longo torna o mogno muito produtivo e a não necessidade de realização de desrama torna o cultivo mais barato e conseqüentemente mais rentável que todas as outras culturas florestais que necessitam desse manejo.

            A altura média dos fustes em florestas com mudas produzidas a partir de sente é de 10,6 metros (dados de inventário florestal), porém esses resultados podem ser melhorados através de estudos de melhoramento florestal.
Estudos esses que irão possibilitar a identificação de indivíduos com desenvolvimento notório nas florestas já implantadas e a reprodução dos mesmos para a produção de mudas com características genéticas que exprimam tal capacidade produtiva da espécie. Após a produção dessas mudas o desenvolvimento das florestas com elas implantadas terão desenvolvimento mais homogêneo e serão ainda mais produtivas.
            Os estudos de clonagem do Mogno Africano foram iniciados não para realizar melhoramento florestal, mais sim para garantir o suprimento de mudas da espécie para o mercado, uma vez que as sementes são poucas e sazonais (produção enter julho e setembro). Os viveiros que produziam mudas de Mogno Africano só tinham atividade produtiva nesses períodos, o que inviabilizava a implantação de viveiro exclusivos da espécie já que as sementes perdem seu poder germinativo rapidamente.
            As primeiras clonagens forma realizadas de mudas com origem em sementes que eram recortadas e colocadas para enraizamento em estufa em tubetes com substrato e hormônios indutores de enraizamento. Esse procedimento possibilitava transformar uma única muda de 70 cm em 10 mudas, isso possibilitou um grande aumento na oferta de mudas e possibilitou a expansão dos plantios.
            Esse procedimento, no entanto não permitia o melhoramento florestal, uma vez que era feito através de mudas que não se sabia qual a qualidade genética se colocadas em campo.


Produção de mudas por macro estaquia.


O próximo desafio foi conseguir geral mudas através de amostras de tecidos vegetais de uma árvore adulta que apresentou bom desenvolvimento em campo, e isso foi possível graças ao conceito simples e muito antigo da enxertia.

            O procedimento consiste na retirada de uma casca da árvore adulta desejada que contenha uma gema (conjunto de células meristemáticas que tem capacidade de formar qualquer tecido vegetal, podem ser comparadas com as células tronco dos animais) e implantá-las em uma em uma muda pequena afim de induzir a sua brotação por poda radical. Após a brotação atingir aproximadamente 30 cm ela é podada e transformada em uma macro estaca que dará origem a uma nova muda com característica idêntica as da árvore adulta da qual o material foi retirado.


Enxertia de uma árvore adulta selecionada em uma muda em viveiro iniciando a brotação.

O próximo passo do melhoramento é a o desenvolvimento de transgênicos ou híbridos, seja por técnica de enxertia ou por reprodução sexuada.